quarta-feira, 21 de março de 2012

Pedra Branca - Uma História em Construção

PEDRA BRANCA
Uma história em construção
Prof. Mário Angelo Sá de Freitas
Pedagogo e Pesquisador
"Tardes de minha terra, doce encanto, tardes duma pureza d’açucenas, tardes de sonho, as tardes de novenas, tardes de Portugal, as tardes dl’anto. Como eu vos quero e amo tanto! Tanto! Tanto!...”
Florbela Espanca
PEDRA BRANCA
Uma história em construção
Prof. Mário Angelo Sá de Freitas
Pedagogo e Pesquisador
Vista de Pedra Branca do sítio Campo de Batalha
APRESENTAÇÂO

É com grande satisfação que apresento e recomendo aos leitores este livro, escrito por Mário Angelo. Ele é o resultado da dedicação e da coletânea de dados de uma pessoa qualificada. A fim de orientar aos professores, alunos e leitores sobre nossa história de Pedra Branca.
O livro fala dos aspectos históricos, geográficos, religiosos, culturais e dados em geral, enfatizando as raízes e valores culturais de nossa gente. Levando as crendices de geração em geração. Este livro que apresenta informações e interpretações de grande valia. Boa leitura a todos e proveito é o que desejo aos leitores, professores e alunos.
Prof(a). Maria Ivoneth Braga
Coordenadora Pedagógica
UNIDADE - I
ONDE ESTAMOS - ORIGENS


UNIDADE – I
ONDE ESTAMOS
               O  Município de Pedra Branca faz parte da 14º região administrativa e micro região do sertão central. Sua localização no mapa do Ceará, esta na latitude Sul: 5° 27’ – longitude Oeste: 43’. Encravada na serra de Santa Rita a sua sede esta numa altitude de 500,69m, (dados do IPLANCE). Corresponde a uma área de 1.303 km2, equivale a 0,88% do território estadual. Nossa cidade limita-se ao norte com Boa Viagem e Quixeramobim, ao sul com o município de Mombaça, a leste com Senador Pompeu e a oeste com Tauá e Independência. Temperatura máxima de 28° e média de 20°.
(*) fonte: FUNCEME – INMET.  
                Nossa cidade tem duas zonas, uma urbana onde fica a cidade outra rural onde fica serra e sertão. A cidade é formada por bairros, ruas, avenidas e praças. Temos a parte central onde ficam localizados os comércios, bancos, farmácias e magazines. Temos escolas, centro de saúde e hospital municipal. Ruas iluminadas, telefones públicos e telefonia celular. Estamos interligados com o mundo através da rede mundial Internet instalados em escolas públicas, particulares e ilha digital.
                 A cidade de Pedra Branca possui vários bairros: Santa Úrsula, Santa Maria, Boa esperança, Bom Princípio, São Francisco (Posto 2), Vila do Padre, Riso do prado, Bulgari, Nossa Senhora de Lourdes e Centro. Conjunto habitacional Chico Leandro. Temos quatro avenidas, Sabino Vieira Cavalcante, Armando Lins, Doca Belo e Avenida Francisco Vieira Cavalcante. Possuímos quatro praças, Monsenhor Raimundo Oliveira (praça da matriz), N. S. de Fátima, Leonardo Mota e Praça Aluísio Pessoa.
               Na área da zona rural é formada por três distritos, Capitão Mor, Santa Cruz do Banabuiú, Tróia e o maior deles, Mineirolândia. Este último já com características de uma futura cidade, com praças, avenida, ruas e bairros, bem como saneamento básico, uma rede de comércio grande, igrejas e um grande parque de vaquejada.  
CEARÁ – POPULAÇÃO RESIDENTE
1.1
POPULAÇÃO DO CEARÁ:
URBANA:
RURAL:
*
6.809.794
4.713.311
2.096.483
1.2
POPULAÇAÕ DE PEDRA BRANCA:
URBANA:
RURAL:
*
42.152
3.678
5.050
1.3
Área da unidade territorial....................
Km2.  1.303

*
Código do Município IBGE..................
 231050
*
Gentílico: ................. Pedrabranquense
(*)Fonte: IBGE\2009

(*) Praça Leonardo Mota
(*) Paço Municipal (Prefeitura) e antiga Casa Paroquial
PEDRA BRANCA NO MAPA DO CEARÁ
                O Estado do Ceará esta localizado no nordeste do Brasil. Fazendo parte dos 26 estados da federação e um distrito federal, que é Brasília a capital do Brasil. O mapa é um desenho técnico, que representa a superfície da terra.  Nossa cidade faz parte dos 184 municípios do Ceará. Como nós cearenses somos chamados de nordestinos, pela junção de norte e leste.
Estamos distante de Fortaleza por Quixadá pela rodovia Humberto Teixeira (antiga estrada do algodão) 287 km. Vindo de Fortaleza por Canindé pela BR 020 (estrada da fé) e (CE-168) estamos a 261.60 km de distância.
                Nas décadas de 40 e 50 e 60 o transporte de algodão e outras mercadorias eram feitos através de mulas e bestas. Eram verdadeiros comboios de mulas com nossa produção de feijão mulatinho, milho e algodão para serem embarcados na velha Maria fumaça o trem que passava em Senador Pompeu. Lembrando que nossa terra era considerada a terra do mulatinho. Nesta época o trem era o único meio de transporte mais rápido (gastava-se quase oito horas de viagem), para se chegar à capital. Aqui se mantinha uma linha de ônibus da marca Chevrollet (o velho misto, cabine dupla) que transportava nossos passageiros para Senador Pompeu. Nesta época estes ônibus eram mantidos por seu Jader Coelho.   O velho misto do Sr. Jader carregou muita gente para Senador Pompeu  nestas estradas esburacadas. Na década de 60 os Deputados Álvaro e Deusimar Lins Cavalcante, trouxeram o benefício da construção desta estrada ligando nosso município com os principais troncos rodoviário do Paíss. O progresso estacionou no tempo, somente na década de 80, o prefeito Antonio Rodrigues trouxe o asfalto, ligando Pedra Branca à Mineirolândia, trazendo uma transformação significativa no desenvolvimento de nossa cidade. Nos idos de 2000 ganhamos a ligação asfaltíca Pedra Branca à Boa Viagem, conseguida pelo ex-prefeito Chico Ernesto, o mesmo também conseguiu a ligação P. Branca à Cruzeta (BR-226).
(*) Mercado Público
PEDRA BRANCA E SEUS VIZINHOS
               Assim como você tem seus vizinhos das casas à direita e de casas à esquerda, você esta cercados de gente não só em seu bairro ou distritos e sítios, mas também de cidades circunvizinhas. Para você entender onde estamos localizados, veja que o sol nasce no nascente, quer dizer a leste e se põe no oeste ou poente. Fique de pé, abra os braços e veja que seu braço esquerdo está no leste o braço direito está no oeste a sua frente esta para o sul e suas costas para o norte, nesta posição você esta desenhando os pontos cardeais ou uma rosa dos ventos.
               Para ser mais técnico e entender melhor usa-se a bússola, muito utilizado pelos europeus no século XIV. Veja que dentro da bússola, onde existe uma agulha imantada, que sempre aponta para o norte, devido seu magnetismo. Dentro dela existe um desenho chamado de rosa-dos-ventos eram através destes pontos chamados de cardeais e colaterais que marinheiros e viajantes se baseavam
          Agora você pode se orientar no mapa e encontrar seu município e as cidades que fazem fronteiras. Como você pode entender, nosso município possui os seguintes limites:
  • Oeste – Independência (onde se põe o sol).
  • Leste – Senador Pompeu e Quixeramobim (onde nasce o sol).
  • Norte – Boa Viagem (às suas costas).
  • Sul – Mombaça e Tauá (à sua frente).
MEIOS DE TRANSPORTES
               O mundo hoje está ligado através de rodovias, ferrovias, aérea e fluvial, também outros meios técnicos, como o fax, o telefone, o celular, os correios, telegrafo, rádios e a internet. O transportes em nosso município mais usado são  ônibus, carros, caminhões, motos, bicicletas, cavalos, carroças e jegues. Nosso município é servido de linhas de ônibus interestaduais, que ligam Pedra Branca a São Paulo, Rio e Brasília. Além de ônibus intermunicipal que ligam Pedra Branca à Fortaleza, Juazeiro e Sobral.
Temos também transportes nos carros de horário tipo (F-1000 e F-4000), Ligando a sede aos sítios e distritos. Além de fazerem ligações a Senador Pompeu, Santa Cruz do Banabuiú, Capitão Mor, Mineirolândia e  Boa Viagem.
               Já na área rural nosso serrano utiliza a moto ou biz, veículo que quase substituiu o velho e sofrido burrico. O jumento nosso irmão em algumas localidades ainda é utilizado para o transporte d’água do açude para suas casas, além de cereais e mantimentos. Nosso vaqueiro ainda utiliza o cavalo para cuidar da lida do gado e guiá-los de uma região para outra em busca de pasto em épocas de grandes estiagens.   
(*) Serra de Santa Rita
(*) Prédio dos Correios / Antigo local onde funcionou as primeiras vendas de carnes, em barracas de palha.

UNIDADE - Ii
ASPECTOS HISTÓRICOS
(*) Praça da Matriz \Festejos de São Sebastião.
 Vê-se o velho carrossel de madeira (1945)
UNIDADE – II
ASPECTOS HISTÓRICOS
               Os índios foram os nossos primeiros habitantes, os povos indígenas no Ceará, que viveram e ainda vivem foram; Os Tapebas, Pitaguary, Jenipapos, Kanindés, Potyguara, Tabajara, Kalabaça, Kariris etc. Até o século XVII, viveram distante do contato com os homens de pele branca. Eram nômades e viviam em bandos, sempre em busca de terras férteis. Com a chegada do colonizador explorador, a vida ficou difícil para os índios, eles não usavam a escrita, tudo o que sabemos deles são relatos de padres, achados arqueológicos e documentos de algum pesquisador europeu.
            A capitania do Ceará ou (Siará), foi fundada por Martins Soares Moreno, segundo alguns historiadores. Que em 1611 o conquistador construiu o forte de São Sebastião na barra do Ceará. O Martim Soares Moreno terminando seu prazo como capitão-mor e cansado pela falta de recursos e de pouca atenção da metrópole, retirou-se em definitivo do Ceará em 1631.
Aos pouco os rebanhos de gado de Pernambuco rumaram para o interior da Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando ao Ceará e Piauí. Com este avanço os criadores de gado foram dizimando os nossos índios, tomando posse de suas terras, para ocupar com suas pastagens. Praticamente a criação de gado foi o marco principal do século XVII ao XIX, esta agricultura era somente para o sustento dos criadores de gado.
               Aos poucos esses povoamentos foram transformando nossa paisagem e fundando vilas e depois cidades. Os primeiros criadores de gados ficaram ricos fazendeiros, logo precisaram de homens para a lida do gado, desta forma apareceu à figura do nosso vaqueiro, contratado para trabalhar nas fazendas.
Rua Augusto Vieira (atrás da antiga Matriz – 1947)
Vaqueiros da redondeza em busca de lugares com bom pasto para seu gado subiram nossa serra e aqui encontraram este local muito aprazível para suas criações. Inicialmente o primeiro nome deste local foi “Tabuleiro da Peruca”, devido ao formato de um tabuleiro cercado de serras e árvores com formatos de perucas.

               Em sua “Monografia do município de Pedra Branca” / 1933,*Josué de Carvalho Nogueira, assim relatou...
  (...) “pouco antes da seca de 1845, o local onde se assenta a invicta cidade de Pedra Branca, era apenas um vasto tabuleiro coberto sempre de verduras, em meio o qual se via uma pedra muito branca”.
               Esse tabuleiro chamava-o o Tabuleiro da Peruca. Eram terras do antigo município de Quixeramobim.
               Em épocas de retiradas, os fazendeiros das cercanias, tangiam seus gados para esse fértil tabuleiro, orlado de riachos, onde era abundante, a pastagem. A água é que, em certas épocas, precisavam ser captadas em cacimbas dos ariscos da Santa Rita – um pouco distante.
               Alguns moradores que já começavam a se reunir n’aquellas paragens aboletavam-se, uns no tabuleiro, outros nos ariscos.
               O núcleo de moradores que, em número sempre crescente procurava aquelas paragens saudáveis e fertilíssimas da Serra de Santa Rita, decide-se, em fim pelo tabuleiro que, - perdendo o nome de Peruca nos costumes novos dos moradores que vinham chegando de procedências e conhecimentos diversos – passou a ser designado pelo Tabuleiro de Pedra Branca.
               E as terras encabeçadas por esse tabuleiro – terras da serra – sobre as quais o município gosa fructos de justa e legal enfiteuse, eram pertencentes a certo Manoel Antonio Brabo que as doou por instrumento legal, acenado por esse benemérito Quixeramobinense e sua mulher, dona Maria Joaquina da Silva Brabo”.(...)
               A respeito do nome da serra de Santa Rita ou Serra da Pedra Branca, concordo plenamente com o Dr. Geová Lemos Cavalcante, em seu livro “Pedra Branca – Século XIX”, onde o mesmo defende merecidamente que a serra é mesmo de Santa Rita. Lembrando que no livro nº. 45 do “Registro de Patentes e Comandantes de Povoações e lugares desta Capitania, 1804 – 1828” ( Arquivo Público do Estado do Ceará) folhas 13 e 14 do referido livro, ficou registrada a nomeação do provável primeiro Comandante da Serra de Santa Rita passada a Bento Luiz Ramalho, por ato de 20 de Setembro de 1804.
               Portanto muito antes de surgir às denominações de Tabuleiro da Peruca e Pedra Branca, em 1789 já servia de identificação de uma Serra denominada de Serra de Santa Rita, que viria a pertencer ao Patrimônio da Câmara Municipal de Quixeramobim, passando ao Patrimônio da Câmara de Maria Pereira (Mombaça). Finalmente à Câmara Municipal de Pedra Branca, para representar sua principal fonte de renda e mediante concessão de aforamentos.
Campanha política para o senador Olavo Oliveira, liderado pelo
Coronel Sabino Vieira Cavalcante – década de 50.

CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE PEDRA BRANCA
               O documento que prova o nascimento de uma criança é sua certidão de nascimento que é expelida pelo hospital responsável. Este documento que hoje é obrigatório e gratuito a todo cidadão brasileiro. Portanto o documento que prova a criação da Pedra Branca é a Lei que é aprovada pela Assembléia Provincial do Estado do Ceará, era coma se chamava a Assembléia Legislativa do Estado.
               Pedra Branca antes de se emancipar fora distrito de Maria Pereira (Mombaça), que por sua vez se desmembrara de Quixeramobim em 27 de novembro de 1851. Nosso município fora elevado a distrito de paz por ato do Presidente da Província, Padre Vicente Pires da Mota,  pela resolução nº 678 de 20 de outubro de 1854.  Para a criação da vila de Pedra Branca, o Deputado Francisco Gonçalves da Justa foi que apresentou o projeto de nº 58, elevando nossa povoação à condição de vila, no dia 28 de Setembro de 1870. Lembrado que o mesmo Deputado foi quem apresentou o projeto para a criação da Freguesia (paróquia) de São Sebastião no dia 23 de agosto de 1873, pela Lei nº 1539, com aprovação eclesiástica pelo então bispo do Ceará, Dom Luiz Antonio dos Santos. Tratarei especificamente no próximo capítulo.
          Abaixo transcrevo aquela que considero a certidão de nascimento de Pedra Branca.
Lei Nº 1.407, de 9 de agosto de 1871
 Elleva à categoria de villa a povoação de                    
Pedra Branca, comarca dos Inhamuns.
                  O conselheiro Barão de Taquary, presidente da Província do Ceará, etc.
               Faço saber a todos os seus habitantes que a assembléia legislativa provincial decretou, e eu sancionei a seguinte lei:
               Art. 1º - Fica ellevada à categoria de villa, com os mesmos limites do respectivo districto, a povoação de Pedra Branca, na comarca de Inhamuns.
               Art. 2º - Haverá no novo termo um tabellião do publico, judicial e notas, escrivão do crime, cível e annexos.
                Art. 3º - A villa só será inaugurada, depois que a população fizer ao município doação de edifícios para a casa da câmara e cadêa.
               Art. 4º - Ficam revogadas as disposições em contrario. Mando, por tanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida lei pertencer, que a cumpram a façam cumprir tão inteiramente como n’ella se contem.
O secretario d’esta presidência a faça imprimir, publicar e correr.
               Dada no palácio do governo da província do Ceará, aos nove de agosto de 1871, qüinquagésimo ano da Independência e do Império.

( Estava o sello)
Barão de Taquary (3).

(*) Obs: Este documento se encontra guardado no Arquivo Público em Fortaleza.
                *(Obs.) Não nos cabe discutir o  mérito da questão, se realmente  esta data (09 de agosto de 1871) foi  apenas simbólica, pois a instalação da Câmara  Municipal de Pedra Branca só foi instalada oficialmente mais de 2 anos depois,  no dia 18 de outubro de 1873. Data esta que alguns a querem tê-la como o dia da emancipação de Pedra Branca. Vale ressalta que o atraso na aplicação da lei foi por conta da população não ter se apressado em doar a casa para a Câmara e Cadeia. A Lei nº. 1.407 prova sua emancipação é o que nos interessa, pois testifica como registro histórico e também por que já faz parte do calendário comemorativo do município a mais de 40 anos. Lembrando que a data 18 de outubro de 1873 ela é oficial para a instalação da Câmara Municipal de Pedra Branca, que para tal precisaria da primeira ( 9 de agosto de 1871) para dar início a  todo o processo emancipatório. Portanto não é salutar criar celeumas em torno de uma data que está mais que provada e aceita pela população, querer mudar esta data é tentar mudar o rumo da história.
(*) Serra de Santa Rita. O melhor clima do sertão central.



(*) buraquinho do amor (ponto turístico - sítio Tábuas).
 (ponto turístico - sítio Tábuas). 
PROSA & VERSO
No princípio era a PEDRA
Os vaqueiros descobriram a PEDRA.
E a PEDRA se fez cidade.
 – sua história, suas estórias –
É uma homenagem ao centenário do município,
Nascido ao estrepito das vaquejadas.
Preito de homenagem, também,
A meus alunos, filhos da terra.
Um pouco, aqui, de como a PEDRA,
Que era BRANCA,
Fez-se a cidade de PEDRA BRANCA.
Um pouco dos 100 anos do município.
Um pouco de um povo.
(*) Poema do Prof. Luiz Oswaldo Sant’lago Moreira de Souza
em homenagem ao Iº centenário de Pedra Branca em 09 de agosto de 1971.

UNIDADE - III
O ESPAÇO QUE OCUPAMOS
UNIDADE – III 
O ESPAÇO QUE OCUPAMOS
                 Pedra Branca tem um relevo extraordinário,com uma área de 1.303km2, somos cercados por serras. Como as serras do calogi, da lagoa nova, serrote do retiro, serra da inveja, serra do cipó,do Amargoso, serra de santa Rita entre outras. Nelas existe olho d’água e nascentes de pequenos córregos e riachos até se transformarem em grandes rios. É o caso dos rios degredo,riacho da santa bárbara,riacho da Conceição,Caixa d’água, rio Bonfim e riacho do mocó, santa Teresa, da barra, Bom princípio,riacho da cachoeira, onde a junção de muitos deles se transforma no rio Patú, que vai banhar Senador Pompeu, onde existe um reservatório d’água muito grande.
               Aqui nasce também um dos mais importantes rios do Ceará, o rio banabuiú, o velho rinaré dos índios Tupi-Guarani. Na serra do cipó, entre a localidade de feiticeiro, saco e angico se localizam a nascente deste famoso rio, os principais afluentes que formam o rio banabuiú, são, riacho limoeiro, riacho caixa-d’água, riacho conceição. O rio banabuiú é o principal afluente da bacia do rio Jaguaribe. Pouquíssima gente sabe deste registro histórico da nossa geografia.
                 Nosso maior reservatório de água, a barragem do Trapiá (árvore que da o nome a esta barragem)  Árvore típica da região e nome de um sítio próximo. 
DADOS DA BARRAGEM DO TRAPIÁ II 
Nome do açude:
*Trapiá II
Rio Barrado:
Riacho da Cachoeira
Sistema:
Jaguaribe
Precipitação média (anual):
836,1 mm
Área da bacia hidrográfica:
139 km²
Área da bacia hidráulica:
21,8 hª.
Capacidade hidráulica:
18.190.930m³

CARACTERÍSTICAS DA BARRAGEM
Tipo:
Terra homogênea
Extensão do Coroamento:
270 mt.
Largura do Coroamento:
7 mt.
Altura acima fundação:
27,40m
Cota do Coroamento:
513,50m
(*) Fonte/dados da placa inaugurativa. 
AÇUDES MONITORADOS – 1998
Açude/Bacia
Capacidade M³
Cota (M)
Volume M³ %
Vazão M³/H
Capitão Mor
6.312.000
95.97
4.920.000 – 78
30
*Trapiá II
*18.190.930m³
-
-
125





(*) Fonte/IPLANCE-1998
NOSSO CLIMA 
               É importante sabermos o nosso clima, pois dele depende nossa sobrevivência em nosso planeta. Preservar os mananciais de água, reservatórios, olho d’água, as matas ciliares que protegem os leitos de nossos rios. Preservar também nossas cachoeiras, matas e animais, que muitos deles já não mais povoam nossa serra.
O clima da nossa serra e sertão são quentes e secos, com uma alta evaporação de água. Mas sempre em meados de junho e julho o clima muda com temperaturas oscilando entre 16º e 18º graus. Mesmo com todo o desmatamento nosso município possui um dos melhores climas do sertão central. Aqui se pode respirar uma brisa suave, o famoso vento do Aracati. Nosso clima é diferente de outras cidades onde a temperatura chega a ultrapassar os 40º grau.
               O problema que sempre atingiu nosso Ceará foi à seca, aqui tivemos períodos de estiagens terríveis, como nas décadas de 15, 30, 50, 60, 70 e 80 do século XX, onde nossa população sentiu na pele o flagelo da seca, aqui tivemos invasões e saques em comércios, feitos pelos nossos rurícolas. Tempos difíceis quando o famoso açude do povo secou várias vezes e tivemos que receber água de outros mananciais. Hoje nossa sede e abastecido pela barragem do Trapiá.  
PLUVIOMETRIA 
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
853,4
853,4
853,4







2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016










(*) Fonte: Séc. de Agricultura do Município de P. Branca-Ce. 
SÓLOS, AVES E MINERAIS. 
                O principal recurso mineral do nosso município é o calcário. Sítio paisagístico é formado por maciços residuais dissecados em cristais e colinas, por depressões sertanejas submetidas a processo de sedimentação, predominando a nossa caatinga arbórea (299km²), a caatinga arbustiva densa (269km²) e as matas secas (599²). Os solos são constituídos principalmente pelo bruno não cálçico e pelo “brunizem avermelhado”, com o uso apropriado para culturas de subsistências, o feijão o milho e o algodão, a mamona, fruticultura a pecuária extensiva. 
TABELA – SOLOS
CLASSE
ÁREA (km²)
%
Brunizem avermelhado
999,65
77,48
Bruno Vão Cálçico
286,65
22,1
Solos Utólicos
0,13
0,01
Pdzol / vermelho-amarelo
3,87
0,30
(*) fonte: SUDENE / IPLANCE
(*) Jardim da EEM. Francisco Vieira Cavalcante
FAUNA E FLORA DA NOSSA REGIÃO
               A fauna e a flora brasileira é uma das mais ricas do mundo, com mais de 20% de todas as espécies de animais e plantas conhecidas até agora. Apesar da mão destruidora do ser humano alguma espécie ainda resiste em nossa serra, apesar do desmatamento desenfreado, no passado era povoada por animais e pássaros em toda a serra. Hoje quase que totalmente extinto, ainda podemos encontrar nas pequenas matas e na região da cachoeira-do-inferno e serra da santa Rita. Nossa terra no passado era local de clima ameno, aonde os termômetros chegavam a marcar de 9º a 12º nas madrugadas gostosas e onde existiam florestas de cedros, angicos, sabiás, entre outras. 
FAUNA
Pássaros e animais da região
Nome científico
João-de-barro.............................................
Furnarius rufus / furnariídeo
Bem-te-vi-grande........................................
Pitangus sulphuratus / tiranídeo
Galo-de-campina........................................
Paroaria gularis / fringilídeo
Sabiá-laranjeira ........................................
Turdus rufiventris / turdídeo
Sanhaço / azulão........................................
Stephanophorus diadematus
Lavandera.................................................
Fluvicola pica / tiranídeo
Rolinha.......................................................
Columbina passerina / columbídeo
Anu-preto...................................................
Crotophaga ani / cuculídeo
Periquito....................................................
Aratinga / psitacídeo
Pintassilgo.................................................
Spinus magellanicus / fringilídeo
Martim- pescador.......................................
Chloroceryle amazona / alcedinídeo
Caburé.......................................................
Glaucidium brasilianum / estrigídeo
(*) Fonte: o autor
(*) Sólo propício à produção de floricultura.
(*) Criação de galinhas caipiras

(*) Açude Trapiá
FLORA 
Oiticica
Juazeiro
Canafistula
Umburana
Marmeleiro
Mufumbo
Cedro
Pau d’arco
Angico
Umbuzeiro
Jatobá
Barriguda
Jucá
Sabiá
Aroeira
(*)Fonte: o autor


(*) Campo de Batalha - antigo sítio do Sr. João Pinto
CAATINGA 
               A palavra caatinga tem origem na língua Tupi-guarani e significa floresta branca, vegetação que nos períodos de seca as plantas perdem suas folhas para reduzir a perda de água e os trocos ficam com um tom branco-acinzentado. A caatinga está distribuída em 844 mil km², que corresponde 9,92% do território brasileiro, engloba principalmente o Ceará, de acordo com o Mapa de Biomas do Brasil / IBGE / MMA-2004. As plantas da caatinga são todas dotadas de raízes profundas que buscam água do solo e de caules que retêm a água. Estas espécies são: o mandacaru (Cereus jamacaru), o Xique-Xique (Pilosocereus gounellei), as barrigudas (Cavanillesia arbórea), o pau-mocó (Luetzelburgia auriculata) umburana de cheiro, oiticica, jenipapo, jatobá, umbuzeiro (spondias tuberosa), que segundo o grande escritor de “OS SERTÕES”, Euclides da Cunha, disse ser esta árvore sagrada do sertão. Pois do Umbuzeiro além de saciar a sede do sertanejo tem múltiplos uso. De suas folhas fazem saladas, do fruto, polpa para sucos, licor, doces, e da sua raiz, faz-se farinhas, e até vermífugo.
          Pedra Branca está inserida na região nordestina, a caatinga é a vegetação característica da região das secas, conhecida como sertão semi-árido. Nessa regiãoas chuvas são irregulares, sol inclemente e os ventos fortes e secos. As plantas da nossa caatinga são dotadas de raízes profundas que buscam a água do solo e de caules que retêm a água. Em muitas delas as folhas são substituídas por espinhos.
         As espécies da nossa região são: jurema, o mandacaru, a catingueira, o sabiá o marmeleiro-preto. Já as árvores mais representativas da caatinga, temos a aroeira, o angico-vermelho, pau-ferro e a baraúna. Mas uma árvore que se destaca durante a seca é a oiticica e o juazeiro, espécie que conserva a folhagem nestes períodos de estiagem.
  • Prosa & Verso *
CATINGUEIRA
Catingueira, catingueira
Diz o segredo que existe
Que somente a catingueira
Enfeita a paisagem triste
Catingueira se és feliz
 Não zombes nunca
Deste teu contraste
Segura tua raiz e pede a Deus
Que ela nunca se gaste
Catingueira se um vintém
Puder se tornar um milhão
Pede a Deus por quem não tem
Pra cair chuva no chão
Pois somente a catingueira
Enfeita a seca lá no meu sertão
Sertanejo não quer nada
Vê na invernada a maior benção. 
(*) Onildo Almeida e José Maria Assis

UNIDADE - IV
ASPECTOS RELIGIOSOS
 

(*) Interior da Matriz
UNIDADE – IV
ASPECTOS RELIGIOSOS
ASPECTOS POLÍTICOS 
CRIAÇÃO DA PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO
 Certa vez os vaqueiros chegando próxima a área onde hoje se localiza a cidade, avistaram ao longe uma figura esquisita de homem, todo flechado e amarrado a um juazeiro. Chegando ao dito local nada encontraram. Encontraram muito pasto para o gado e também muito pedras alvinitentes.
O certo é que a velha Maria Pereira (uma das donas de Mombaça) era dona de terras na serra de santa Rita. Muito devota do Mártir Romano. Andara desaparecendo algumas vacas, a velha Senhora chegou a fazer promessas para que se vier a encontrar suas vacas, mandaria erigir uma capela a São Sebastião, como forma de pagamento. 
Fatos curiosos, lendas ou crendices populares, a verdade é que a primeira capela de São Sebastião foi benta aos 13 de março de 1853 pelo Padre Luiz Barbosa Moreira, auxiliar do vigário de Maria Pereira, que tinha jurisdição sobre este local. O adensamento populacional vinha crescendo, necessitando de assistência espiritual aos moradores. Com o crescimento a Assembléia Provincial aprovou a Lei nº 1539, sancionado pelo Presidente da Província do Ceará Francisco de Assis Oliveira Maciel em 23 de agosto de 1873, criando assim a freguesia, segundo as fórmulas legais desta época. No mesmo ano dia 6 de Dezembro, o Bispo Dom Luiz Antonio dos Santos, fez a instituição canônica, aprovando formalmente aquela iniciativa popular. Nomeando em seguida o primeiro vigário da Paróquia de São Sebastião, o Padre João do Nascimento e Sá, que tinha vindo da Paraíba para auxiliar seu tio e vigário de Mombaça e de lá veio tornar-se o primeiro pároco de Pedra Branca. Pe. João do Nascimento e Sá tomou posse na sua nova sede aos 4 de janeiro de 1874.
Ao longo destes 137 anos de paróquia, já tivemos 23 sacerdotes vigários.
Relação dos que foram vigários da Paróquia de São Sebastião
  1.  
Pe. João do Nascimento e Sá
1873/1898
  1.  
Pe. Antonio Jatahy
1898/1901
  1.  
Pe. João Epifhânio de Freitas Guimarães
1901/1917
  1.  
Pe. Bernardino Ferreira Antero
1917/1926
  1.  
Pe. Lino Aderaldo
1926/1927
  1.  
Pe. José Theógenes Gondim
1928/1931
  1.  
Pe. Lauro Franco
1931/1932
  1.  
Pe. Antonio Oliveira Nepomuceno
1933/1935
  1.  
Pe. Moacir Fernandes
1935/1938
  1.  
Pe. Domingos Vasconcelos
1938/1939
  1.  
Pe. José Edilson Silva
1939/1941
  1.  
José Sinval Facundo
1941/1942
  1.  
Pe. Francisco Hélio Campos
1942/1943
  1.  
Pe. Manoel Gomes
1943/1946
  1.  
Pe. Abelardo F. Lima
1946/1949
  1.  
Pe. Mauro Braga Herbster
1949/1952
  1.  
Pe. Elineu Ferreira
1952/1953
  1.  
Pe. Francisco Rodrigues
1953/1954
  1.  
Pe. Geovane Sabóia de Castro
1954/1956
  1.  
Pe. Geraldo Dantas Pereira
1956/2007
  1.  
Pe. Glebson Evangelista
2007/2008
  1.  
Pe. Ernandi
2008/
  1.  
Pe. Cícero Lemos
2008/2011
  1.  

Pe. Antonio Meneses
2011...
  1.  



1. Santuário de São Sebastião (matriz)
2. Benção do cruzeiro do Sítio Novo (Pe. José Castelo-O.Cist)
(*) Pe. Éneas Mesquita, (Jesuíta), Pe Geraldo Dantas (vigário), Pe. José Castelo (Ordem Cisterciense), Pe. José Ivan Calíope (Salesiano), Dom José Doth (bispo emérito de Iguatu). Sagração Presbiteral dos padres filhos de P. Branca - 1962
(*) Praça Monsenhor Raimundo de Oliveira ou Praça da Matriz ou Praça das castanholas.
(*) Prédio histórico onde funcionou a 1ª prefeitura
Pela tradição colonial os municípios não conheceram a poder executivo. Nesta época na existia a imagem do Prefeito, governava-se por meio de corporações coletivas, com funções de deliberação e execução.
A Constituição do Império de 13 novembro de 1823. Em seu Capítulo II Das Câmaras assim dizia em seu artigo; 
Art. 167. Em todas as cidades e vilas ora existentes e nas mais que para o futuro se criarem, haverá Câmaras às quais compete o governo econômico e municipal das mesmas cidades e vilas.
 Art. 168. As Câmaras serão eletivas e compostas do número de vereadores que a lei designar, e o que obtiver maior número de votos serão presidente. 
           A expressão coronelismo usada para definir o chefe político a estrutura de poder dos grandes proprietários de terras entre o fim do Império e o começo da República. O título ou patente era dado aos grandes proprietários rurais, vem de sua participação na Guarda Nacional, criada em 1831 para enfrentar a crise da regência. Com o advento da República, a Guarda Nacional é extinta, mas os coronéis mantêm o poder em suas terras e áreas de influência. A partir da instituição do regime representativo e a ampliação do direito do voto, ganham a importância os partidos políticos e as eleições. Os coronéis é quem garantem a eleição de candidatos apoiados pelo governo estadual durante a República Velha. Controlando, apontando e manipulando os resultados das eleições municipais.
           Pedra Branca está inserida no contexto histórico do Ceará e do Nordeste. Os grandes proprietários de terra, com seu prestígio e que por sua vez eram os chefes políticos. Segundo a visão de Victor Nunes Leal, (autor do livro “Coronelismo, Enxada e voto”) é um compromisso, uma troca de proveitos, estando de um lado o poder público e o outro influxo dos chefes locais, o primeiro fortalecido progressivamente e o segundo decadente. (...)” Claro que além do voto de cabresto, o coronel tornou-se responsável, pelas eleições a bico de pena, com o sufrágio dos defuntos as trapaças e vícios. O poder do coronelismo em nosso município perdurou até meados da década de 60. No livro de Xavier de Oliveira, “Beatos e Cangaceiros(1920) Ele responde como era o clima no sertão gerado pelo prepotente coronel do sertão: “No sertão não há lei, não há direito, não há justiça. E por isso, é como nos tempos primitivos: cada um se garante a si mesmo, como pode.”(...) 
            Em nosso município vários nomes de coronéis se destacaram onde ajudaram na construção da história política de nossa terra. Não cabe ao historiador ou pesquisador julgar quem mais construiu ou desconstruiu nossa história. Ao leitor cabe esta responsabilidade, diante dos fatos. Segue abaixo alguns nomes de coronéis.
·         Coronel Brasil
·         Coronel Augusto Vieira
·         Coronel José Joaquim de Souza
·         Coronel Sabino Vieira Cavalcante
Coronel Sabino em seu gabinete (1959)
RELAÇÃO DE TODOS OS PREFEITOS - INTENDENTES E INTERVENTORES 
1.
Capitão Sabino Thomaz de Aquino (Intendente)
1890
1891
2.
Capitão Leonardo Mota (Intendente)
1892
-
3.
Tenente Augusto Vieira
1893
1914
4.
Alexandre Barreto (Intendente)
1915
1916
5.
Padre João Epifânio (Intendente)
1927
-
6.
Antonio Augusto Vieira (Intendente)
1928
-
7.
Sabino Vieira Cavalcante
1929
1930

Sabino Vieira Cavalcante
1936
1939\1952

Sabino Vieira Cavalcante
1955
1959\1963
(*)
Revolução de 30 \ Pedra Branca passou a ser distrito de Senador Pompeu.
1930\1932

8.
Augusto Vieira
1933
1935
9.
João Lins de Souza
1939
1943
10.
Luiz Lobel Lôbo (Interventor)
1944
-
11.
Quintino Brasil (Interventor)
1945
-
12.
José Vieira Cavalcante
1946\1947
1959
13.
José Julio Lins Cavalcante
1955
1958
14.
Armando Lins de Souza
1963
1965 (R)
15.
*José Mineiro
1965
1967
16.
Benício Vieira Cavalcante Neto
1967
1971
17.
Maria Eneida Vieira Cavalcante
1973
1977
18.
Aroldo Barreto Cavalcante
1977
1982
19.
Antonio Rodrigues de Oliveira
1982
1986
20.
*José Mineiro
*1987
1988
21.
Chico Ernesto
1989
1992
22.
Antonio Rodrigues de Oliveira
1993
*1996
23.
*Antonio Monteiro Mesquita
*1996
-
24.
Chico Ernesto
1997
2000
25.
Chico Ernesto
2001
2004
26.
Antonio Góis Monteiro Mendes
2005
2008
27.
Antonio Góis Monteiro Mendes
2009
2012
28.

2013
2016
29.

2017
2020
30.

2021
2024






*VERSOS A NOSSA TERRA
(*) Poesias de filhos e filhas ilustres e amigos de nossa terra  
POEMA do PROF. LUIZ OSWALDO SANT’LAGO M. DE SOUZA
  
No princípio era a PEDRA
Os vaqueiros descobriram a PEDRA.
E a PEDRA se fez cidade.
 – sua história, suas estórias –
É uma homenagem ao centenário do município,
Nascido ao estrepito das vaquejadas.
Preito de homenagem, também,
A meus alunos, filhos da terra.
Um pouco, aqui, de como a PEDRA,
Que era BRANCA,
Fez-se a cidade de PEDRA BRANCA.
Um pouco dos 100 anos do município.
Um pouco de um povo.

(*) Poema do Prof. Luiz Oswaldo Sant’lago Moreira de Souza
em homenagem ao I centenário de Pedra Branca em 09 de agosto de 1971. 
PEDRA BRANCA 
Com aparência de mulher faceira
Branca de neve, em dias de invernada,
Na Santa Rita, a serra algodoeira,
A minha terra encontra-se encravada.

É a Pedra Branca, sempre hospitaleira,
Cheia de luz, em noite enluarada.
Minha cidade, esbelta e feiticeira,
De silvestre perfume ambalsamado.

Longe de mim. Eu fico a recordar
A pedra branca que me faz pensar
Na infância triste, na ilusão passada.

Claras manhãs, das aves a alegria,
Minha cidade de plena luz do dia
Também de sol é “loura desposada”...

PRIMEIRA VIAGEM A PEDRA BRANCA

Era o negro Ricarte quem guiava
A burra pela estrada a passo lento
A Pedra Branca mais se afigurava
Dentro da tela de meu pensamento

Íamos andando e já se aproximava
À hora exata do deslumbramento:
Transposto o alto lá embaixo estava
Minha cidade toda em movimento.

Eram casas de cores misturadas,
O açude com roupas espalhadas
Do povo e que seu nome recebeu;

E meu olhar curioso de menino,
À procura talvez do seu destino,
Por ruas e vielas se perdeu.

(*) Adauto Soares Gondim
Pseudônimo / Laurindo Fonseca
  • 17. 01. 1915
+ 12.09.1981 
POEMA A PEDRA BRANCA
(*) 15 de agosto de 1967 / na inauguração da energia elétrica em nosso município. 
 Hoje mil setecentos e sessenta e sete quilômetros quadrados
Do nosso querido Ceará está em festa
Numa saliência da terra de Iracema
Onde está localizada
Há quatrocentos e oitenta metros de altitude
Sente o progresso da nova geração
Na nossa marcha de civilização.

É Pedra Branca o antigo Tabuleiro
Marco central da grande região
Foi outrora um pouso de tropeiros
Logo depois colonos e fazendeiros
Foram chegando fazendo morada
E hoje está a terra povoada.

Nos tempos primitivos serviria de pousada
Na jornada de grandes campeadores
Antes da ruína que agentes atmosféricos causaram
Existia a capelinha que fora erigida
Com auxílio de seus primeiros moradores.

Pedra Branca no século XVIII ainda
Foi elevada a vila
Mas foi cidade
Neste século XIX
Cresceu, cresceu
Ao pé do grande mártir
Fez-se paróquia
De um povo cristão
Seu padroeiro São Sebastião

Filhos ilustres foram destacados
Nas letras, na poesia
Deste nosso Estado
Leonardo Mota, D.Aureliano Matos
E outros mais.

Uma equipe de homens formados
Na política, nomes citados
Dariam um batalhão
E o clero cearense
Também teve o seu quinhão.
De Pedra Branca homens e mulheres
Revestidos de honras religiosas
Formam um grupo de vidas virtuosas.
Em nossos dias Pedra Branca é progresso

No Estado tem grande posição
Seus representantes, homens esforçados
Já viram as obras dos filhos deputados
E do prefeito filho ilustre dedicado!

De longe, o progresso chegou até aqui
Andou, fez curva, ocorreu, pulou, subiu serra
E tudo clareou.
Sozinho não chegava,
Mas alguém acompanhou, colaborou
E trouxe Paulo Afonso a Pedra Branca
Clareando a serra tão bonita
Da exaltada e milagrosa Santa Rita.

Nada te falta boa Pedra Branca
Para que sejas tão bela ainda
Clima com belezas naturais
Há quatro anos conheci gostei
Se algumas tristezas em ti passei
Não és culpada de minhas amarguras
Quando teus filhos
Compreenderem-me um dia
Não me acharão
Aventureiro, forasteiro
Minha contribuição é pequena
Ao teu progresso
Mas quero te ver feliz, confesso.

Prof. José Augusto Torres
*18 de agosto de 1935 
CEARÁ – POPULAÇÃO RESIDENTE

1.1
POPULAÇÃO DO CEARÁ:
URBANA:
RURAL:
*
6.809.794
4.713.311
2.096.483
1.2
POPULAÇAÕ PEDRA BRANCA
URBANA:
RURAL:
*
42.152


(*) Fonte: IBGE/
 CALENDÁRIO COMEMORATIVO TRADICIONAL

DATA:
COMEMORAÇÃO:
LOCAL:
Janeiro


20
Padroeiro SÃO SEBASTIÃO
Feriado Municipal
Fevereiro


Data móvel
Carnaval e Cinzas
Geral
Março


19
Dia de São José / Padroeiro do Ceará
Estado
Abril


Data móvel
Semana Santa
Geral
Maio


Domingo
Dia das Mães
Geral
Junho


Data móvel
Corpus Christi
Geral
29
Festa SS. Coração de Jesus
Feriado Municipal
Julho



Férias escolares
-
Agosto


09
Semana do Município
Feriado Municipal
Setembro


07
Semana da Pátria
Geral
Outubro


12
N. S. Aparecida / Padroeira BRASIL
Geral

15
Dia do Professor
Geral

Novembro



13
Aniversário Pe. Geraldo Dantas Pereira
Feriado Municipal

15
Proclamação da República
Geral

Dezembro



25
Natal
Geral

31
Passagem de Ano-Novo
Geral

NOSSOS SÍMBOLOS
            O mundo é feito de nomes e símbolos, nosso país, nosso estado e município também têm seus símbolos que os identificam e representam.
            Os símbolos que representam o Brasil são nossos símbolos nacionais; a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional.
           Pedra Branca também possui seus símbolos municipais; A Bandeira Municipal e o Hino Municipal. 
BANDEIRA BRASILEIRA


HINO NACIONAL


BANDEIRA DO CEARÁ


HINO DO CEARÁ


BANDEIRA DE PEDRA BRANCA


HINO DO MUNICÍPIO

 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO NO MUNCÍPIO E DADOS ATUAIS
             A primeira escola criada em nosso município foi aos 18 de julho de 1856, instituída pela Lei nº 745. Nesta data era criada, portanto a cadeira para o ensino das primeiras letras para crianças do sexo masculino na povoação de Pedra Branca do termo da vila de Maria Pereira (Mombaça). Para exercer o cargo de Professor foi nomeado o Pe. João do Nascimento e Sá. O mesmo foi empossado pelo inspetor escolar de Pedra Branca, Manoel Joaquim Cavalcante. O referido Padre-Professor recebia como ordenado à quantia R$300.000 reis. O número de alunos matriculados era de 55, destinava-se exclusivamente, aos meninos e ensinava Aritmética Elementar, Gramática da Língua Nacional, Princípios de Moral Cristã e Doutrina da Religião Católica Apostólica Romana; a leitura era geralmente, nos livros da Constituição do Império e História do Brasil; era usado o antigo método Lancaster.
           A escola de primeiras letras para crianças do sexo feminino foi criada em 29 de outubro de 1869, pela resolução nº 1.299, O Presidente da Província do Ceará, Desembargador João Antonio d’Araujo Freitas Henrique, nomeou em 1º de junho de 1870 a professora Idalina Maria Hermelinda da Glória, segundo consta no * (Livro nº 350 fls. 39-39 v, Arquivo Público do Ceará). A ilustre Professora Idalina exerceu o magistério em nossa terra durante 15 anos, a mesma veio se aposentar pela Lei nº 2133, de 20 de novembro de 1886, e sancionada pelo Presidente da Província Enéas de Araújo Torreão. Como sua substituta foi nomeada a Professora Maria Araújo de Lima, que não tomou posse do cargo. Com a vacância do cargo, foi nomeada a professora Maria dos Anjos Barreto, entrou em exercício em 04 de setembro de 1900. A referida Professora entrou em gozo de licença remunerada em 11.06.1907, assumindo o cargo interinamente a Professora Ana Maria Barreto.
  
HISTÓRICO DA 1ª ESCOLA DO MUNICÍPIO
EEFM. FRANCISCO VIEIRA CAVALCANTE
(*) Artigo publicado no jornal Diário do Nordeste,(data;__\__\___ ) 
DADOS DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL